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quarta-feira, 8 de julho de 2020


HISTÓRIA DA MUSICA "AVISA MEU MANO"

A musica AVISA MEU MANO que e de autoria de MESTRE PARANÁ, é sempre cantada de forma errada em quase todas as rodas.
As pessoas cantam: "Avisa meu mano,CAPOEIRA mandou lhe chamar".Esta errado,o certo é "Avisa meu mano,que MAMÃE mandou lhe chamar".A "mamãe"no caso e Tia Maura,esposa do Mestre Parana.E como era praxe antigamente,essa musica tem uma historia,um por que...
Segundo informações do mestre José Roberto Rocha (Discípulo direto de mestre Paraná).
Mestre paraná era quem comandava a orquestra na academia de mestre Arthur Emídio no fim dos anos 50 quando o mestre inaugurou a academia na rua Manoel de Moraes. Próximo a esta academia havia uma tendinha onde o dono tinha o apelido de TURCO porém o mesmo não era turco, nesta tendinha o pessoal se reunia após o treino para tomar umas cervejas o que era comum na época.
Certo dia mestre Arthur Emídio avisou que haveria uma exibição de capoeira, mas neste dia mestre Genaro não foi. mestre Paraná então deixou um recado na Tendinha avisando do show que ocorreria no dia seguinte, mas mestre Genaro também acabou por não passar na tendinha então mestre Paraná com raiva fez esta cantiga:

"Você não apareceu ontem a noite na tendinha,
Avisa meu mano, avisa meu mano
avisa meu mano MAMÃE mandou lhe chamar

Eu deixei este recado com a filha da vizinha
mas você não apareceu ontem a noite na tendinha
Avisa meu mano, avisa meu mano
avisa meu mano MAMÃE mandou lhe chamar"

observação: Genaro,era aluno de capoeira do Artur Emídio...e aluno de berimbau,pandeiro,etc...de ritmo do Parana.Tornaram- se grandes amigos. Genaro e primo legitimo(em 1° grau do Mestre Caiçara.A mãe de Genaro era irma da mãe do Caiçara).
Agora D.Maura.....a Tia Maura,essa era A MÃE DE TODOS NOS....Parana,não seria o mesmo se não existisse Tia Maura....era ela que lavava nossos uniformes depois de cada exibição...era ela quem lavava um por um de cada um de nossos Tênis branco,depois de cada exibição(e depois de secos,passava giz em cada um deles pra ficar mais branquinho),era ela que preparava nosso cafe da manha quando chegávamos pela manha bem cedinho,depois de uma noitada de capoeira na quadra da Mangueira(escola de samba),era ela que preparava nossa comida(almoço ou jantar)quando saiamos para exibições,era ela quem cuidava de todos os detalhes e de tudo q fazíamos na capoeira...que nos rezava,com suas rezas FORTES E PODEROSAS....que conhecia todas as nossas namoradas e q nos aconselhava nas desavenças.....SANTA TIA MAURA.....IGUAL A ELA NINGUÉM NUNCA MAIS....(palavras de mestre José Roberto Rocha).


"A Chamada"

Alguns dias atrás me fizeram a seguinte pergunta:

Quando, onde e quem criou a chamada do passo a dois?

Como ela surge na arte?

Como não sei todas as respostas, além de me propôr a buscar tal resposta, confesso que eu mesmo, tive aguçada minha curiosidade, então sai em busca da mesma. Perguntei pra muitos mestres amigos e outros nem tanto, muitos como resposta descreveram o ritual em si, falaram de ser teste de conhecimento, malandragem, outros falaram de ancestralidade, outros ou por não saber ou não querer dividir o conhecimento de forma gratuita, mandaram eu buscar com meu mestre, enfim... Mas de todas as explanações a que me deu maior sentido para a dita pergunta veio do amigo Mestre Ribas, de quem sou fã e não nego, pois assim como eu busca mesmo as respostas e questiona também, alias o mestre se prontificou a explanar sua opinião a cerca do assunto de pronto, então sem mais delongas, neste momento volto a agradecer o mestre e venho postar na integra, sua explicativa escrito pelo próprio mestre:" Salve, Jimmy. 
Vou tentar sintetizar sem omitir informações.
Pra começar, nunca encontrei quem me desse uma explicação que me satisfizesse para legitimar as chamadas de bênção. E eu procurei respostas, inclusive, com mestres renomados da velha guarda da Bahia... Tudo que encontrei foram especulações e achismos, sempre associados à religião ou à necessidade de disfarçar a luta. Daí, achismo por achismo, desculpe a presunção, eu sou mais o meu, 
Na realidade, pode parecer muito óbvio, mas eu creio que a origem das chamadas, a princípio, está associada literalmente à falsidade de algum capoeira anônimo das antigas, que deve ter levado a pior em uma demanda. Daí, parou, abriu um sorriso, abriu também os braços, ou estendeu a mão, como quem estava reconhecendo a superioridade do outro e que do esse outro se aproximou pra corresponder ao abraço ou aperto de mão, foi pego de surpresa com algum golpe traiçoeiro e violento.
Isso deve ter virado o maior “bafafá” na época e fez com que tal recurso se consagrasse (pois, frequentemente, atitudes que “dão certo” se consagram facilmente. Tanto para o bem, quanto para o mal).
Agora vamos exercitar a imaginação:
Imagine se você fosse dessa época e tivesse presenciado uma cena como essa que eu acabei de citar. De repente, você se vê jogando com um cara sobre o qual você está levando nítida vantagem. De repente, ele pára, dá um sorriso, estende a mão ou abre os braços, num gesto de reconhecimento à sua superioridade. Eu pergunto: você cumprimenta ou não? E se cumprimenta, como o faz?....pois é. mais ou menos assim que eu entendo que esse fundamento se consagrou e, em um processo histórico que dura até o dia de hoje, vem sofrendo várias transformações na forma e no conceito.
Quer um exemplo? 
Vou tentar legitimar essa tese cruzando os dados com a Regional de mestre Bimba.
Eu considero que o que consagrou a criação de Bimba não foi a forma da luta em si, mas o fato dele ter tornado objetivo, concreto, lógico e racional tudo que a capoeira já oferecia desde sempre, só que de forma intuitiva, inconsciente, velada, subjetiva e subliminar. E o que a chamada de bênção tem a ver com isso?
Ora, o batizado da Capoeira Regional de Bimba, por exemplo, era quando  o aluno entrava pela primeira vez na roda de capoeira ao som do aço (e isso frequentemente acontecia em um dia de aula normal. Não era um evento como muitos imaginam, confundindo com o quê era formatura na CCFR).
Nesse contexto, o aluno que ia ser batizado, escolhia o padrinho que ia batizá-lo na roda e, ao final do jogo, esse aluno era orientado pelo próprio M. Bimba, a pedir a “bênção” pra seu padrinho. Daí o padrinho abria os braços como quem ia abraçar ou estendia a mão como quem ia cumprimentar seu afilhado e adivinha? (inclusive eu creio que é daí que advém o nome do chute que conhecemos por bênção bem como o termo “chamada de bênção”...mas daí, já é outra história)
Agora imagina as gerações se sucedendo na escola de Bimba….como pediam a bênção ao seu padrinho? (um comportamento bem similar, não?). Não estou dizendo que tem chamada de bênção na Regional, mas creio que foi a forma de m. Bimba encontrou para preservar esse fundamento que se consagrou em uma época que antecedeu a criação da Regional. E ele fez isso com todos os outros elementos. 
Bom….essa foi a forma mais resumida possível sobre a minha especulação sobre chamada...os desdobramentos e referências que eu tenho, dariam um livro…"
Achei particularmente sensacional a explicativa do mestre e mais uma vez o agradeço, assim como os demais que contribuíram com suas explicativas...axé e paz.
 Mestre Chuvisco & Professora Railda Barreto                                                                             Conta a história da rainha Nzinga.Confira

Ana de Sousa, assim chamada após seu batismo, mas nascida Jinga ou Ginga Ambande ou Ambandi, foi angola do Reino do Dongo de 1624 a 1626 e mais tarde do Reino da Matamba de 1630 até sua morte em 1663.
Nascimento1583, Angola
Falecimento17 de dezembro de 1663, Reino da Matamba
Nome completoAna de Sousa  Nzingha Mbande

ORIGEM DA PALAVRA GINGA

A Ginga é uma movimentação básica da capoeira. É o conjunto de movimentos que permitem a capoeira a falsa aparência de uma dança.
O objetivo da ginga não é oferecer ao oponente um alvo fixo, ocultar uma violação do capoeirista e enganar ou adversário, geralmente induzindo um ataque e dando ao capoeirista uma possibilidade de contra-atacar com eficiência. O termo mandato é popularmente usado como definir um capoeirista que utiliza uma forma eficiente, induzindo ao adversário uma queda em uma armadilha. Uma boa aplicação de ginga torna-se o capoeirista  imprevisível e difícil de ser golpeado, seja durante o jogo da capoeira ou em um combate.
A palavra Ginga no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa apresenta os seguintes formatos:
ginga  s. f.
3ª pess. cantar. pres. ind. de gingar
2ª pess. cantar. criança levada. de gingar
gin · ga
(derivação regressiva da gengiva)
substantivo feminino
1. Espécie de controle remoto, suportada em um encaixe na popa, faz o andar de uma embarcação.
2. Movimento do corpo de um lado para outro. = MENEIO
3. [Brasil] Caneco, munido de cabo longo, que serve para caldeirar ou caldo de uma tacha para outros engenheiros de .bangué.
4. [Moçambique] Bicicleta.
Confrontar: ginja.
Palavras-chave: gingação, gingar, gingador, ginguista, gingante, jamegão, ginja.
gin · gar - Conjugar
(origem obscura)
verbo intransitivo
1. Bambolear-se ao andar.
2. [Náutica] Navegar ou remar com ginga.
3. [Regionalismo] Troçar, chalacear.
4. [Portugal: Fundão] Recusar-se com modos desdenhosos, a aceitar um pedido.
5. [Moçambique] Dar nas vistas. = OSTENTAR, PAVONEAR
Mas uma outra vertente segundo alguns historiadores da palavra GINGA tem origem na rainha guerreira Nzinga Mbandi Ngola (1581-1663).Conhecida como “Rainha Ginga”,soberana de Matamba e Angola, essa mulher foi uma das maiores guerras e líderes da história mundial. Com agilidade política e armas comandadas por uma resistência contra os portugueses pela liberdade, lutando durante 40 anos na ocupação colonial e no comércio de escravos no seu reino.
Contemporânea a Zumbi sua resistência influenciou como guerras dos quilombos no Brasil. A Rainha Ginga morreu aos 82 anos, sem nunca ter sido submetida a portugueses.
Tida como uma rainha orgulhosa e selvagem, possuía cinquenta ou sessenta jovens rapazes com quem ela dava nomes e roupas de mulher, enquanto ela não era exército usava nome  de homem, para comandar com mais autoridade. Ciumenta, e para testar a fidelidade desses jovens que ela chama de concubinos, deixando-os conviver com outras mulheres, mandando, no entanto, espiar ou executar.




A ORIGEM DA PALAVRA "ENCRENCA"

Quando nos encontramos em algum tipo de infortúnio, várias são as palavras usadas para mostrar o nosso desespero ou infelicidade. Muitas vezes, o desejo de exteriorizar a infelicidade causada pela situação, leva a utilizar muitas palavras que nem imaginam sua origem e significado. Talvez esse seja o caso da palavra "encrenca", que seja tão corrente no nosso vocabulário cotidiano, que acabe até mesmo se transformando em verbo.

Para recuperar uma história desse termo, temos que deslocar para o Brasil na passagem dos séculos XIX e XX. Nesse período, os portos brasileiros receberam um grande número de estrangeiros que fugiram das conturbações causadas pelo fim do regime antigo e como crises econômicas do próprio sistema capitalista. Vale lembrar que vários imigrantes chegaram até aqui com a esperança de enriquecer trabalhando nas crescentes lavouras de café.

Nesse contexto de transformação e instabilidade, vemos que muitas famílias de pobres da Europa ainda sofrem com as primeiras ondas antissemitas. Em alguns casos, essas famílias são entregues como seus filhos para agentes que prometem organizar um bom casamento com um rico comerciante que prosperará em terras americanas. Tomados pelo desespero, muitos chefes de família acabaram deixando de levar por essas promessas enganosas.

Em muitos casos, já durante uma viagem, esses jovens descobriram que estavam sendo contrabandeados como escravos sexuais em diferentes cidades do continente americano. Chegando ao Brasil, essas prostitutas judias permaneceram como “polacas” e, usando sua recorrência, integraram a vida e o imaginário de vários bairros que compunham a vida noturna carioca e paulista.

Naturalmente, essas mulheres sofreram uma enorme discriminação por conta da posição marginalizada que ocupou na sociedade da época. Tanto as autoridades oficiais quanto as comunidades judiciais do Brasil reservaram um grande silêncio sobre a situação dessas mulheres. Contudo, essas prostitutas buscam vínculos de solidariedade que podem oferecer algum tipo de garantia.

Em muitos casos, essas prostitutas utilizadas ou iídiche - língua bastante usada pelos judeus da Europa Central e Oriental - são para dar recados entre si. Durante o seu trabalho, ao suspeitar de um cliente que causa algum tipo de doença venérea, elas são chamadas ou sujeitas a “ein krenke”. Na língua, o termo era comumente usado para definir uma ideia de “doença”. Naturalmente, a popularização do termo acabou ficando abrasileirada para a nossa conhecida “encrenca”

Rua das Marrecas

Nome consagrado pelo povo que tomou como medalha como aves de bronze de bicos jorrava água, pequeno e delicado chafariz. Uma obra, de Mestre Valentim, foi feita, em 1735, por ordem do vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos e Souza, na rua que manda abrir para melhor acesso ao Passeio Público. Designada Rua das Belas Noites, iniciada nos Barbonos (atual Evaristo da Veiga), onde fica o chafariz e a vinha até o portão do Jardim.

Por diversas vezes mudaram-o o nome oficial. O povo a tudo ajuda, mas não aderia; para ele, sempre foi das Marrecas, nome oficial apenas a partir de 1964.

Durante certo período foi a rua da má fama, cheia de "pensões" de "francesas". Na verdade, polonesas judias, fugas de terra e colmas pelas malhas de Zwig Migdal, organização internacional de exploração de escravas brancas. Quando os namorados e as “capoeiras” invadem uma rua, como moças se escondem e recusam-nos, mandam dizer o que tinham no Kranke (uma doença, em parte).

A HISTÓRIA DAS POLACAS

Com uma imigração, famílias judaicas chegaram ao território brasileiro e junto com uma parcela de jovens mulheres iludidas por aliciadores, que prometem uma vida melhor no Brasil. Entretanto, a realidade não era bem assim e elas acabavam trabalhando como prostitutas.

Conhecida popularmente como polacas, essas jovens mulheres desembarcaram no Brasil e seguiram para o centro de São Paulo, principalmente na região do Bom Retiro, outras ficaram na região de Santos. As outras pessoas desembarcaram no Rio de Janeiro, até então a capital do Brasil, e as mulheres mais novas, tiveram um destino certo: uma cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e sede da organização Zwi Migdal *.

* Zwi Migdal - Sociedade que atuou entre os anos de 1860 e 1939 no Leste Europeu, traficando mulheres e levando-as para a América do Sul para trabalhar como prostitutas. Sua sede era em Buenos Aires, possuindo filiais e administrando prostíbulos em diversas cidades brasileiras, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo.

CURIOSIDADES!

A HISTÓRIA DA FEIJOADA:

A feijoada era comida dos ricos na época do Império
Existem muitas informações incorretas e duplicadas na Internet. Ainda bem que, em relação à história da feijoada brasileira, que é uma instituição nacional, historiadores e pesquisadores acadêmicos estão esclarecendo a população.
Ainda hoje, há muitas pessoas que ouvem (ou ouvem) que foram criadas nas senzalas de escravos, que juntas ou restos de carne que não são de engenheiros e fazendeiros que não querem, tais como orelha, pé ou toucinho e outras partes menos nobres do porco. Contudo, os historiadores e os pesquisadores começaram a provar que a "estória" não foi bem assim.
Bem antes do descobrimento no Brasil, cerca de 300 anos antes, os portugueses já conheciam o feijão, uma matéria prima da feijoada. O feijão preto é originário da América do Sul, mas o feijão já era conhecido na Europa antigamente e era usado na culinária (exemplo: cassoulet, de origem francesa).
Artigo: Feijoada: breve história de uma instituição comestível, publicada na Revista de Ministério das Relações Exteriores, o Prof. Rodrigo Elias (mestre em História Moderna e Contemporânea pela Universidade Federal Fluminense e doutorando em História Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro) n. traz fundamentos de que a versão da criação de feijoada pelos escravos não passa de uma "bela estória".
A História (com "H") traz mudanças de que a feijoada não era comida dos escravos e era apreciada pela elite social da época. Recorrendo a registros históricos, o pesquisador traz um anúncio de 7 de agosto de 1833 no Diário de Pernambuco, em que o recém-inaugurado Hotel Théâtre, em Recife, informações sobre as quintas-feiras expostas a empresas brasileiras.
Também o Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, publicado em 5 de janeiro de 1849, um anúncio em que o botequim da Fama do Café com Leite chama os fregueses de uma bela feijoada brasileira.
Segundo o Prof. Rodrigo Elias, em outro registro histórico, "uma Casa Imperial - e não escravos ou homens pobres - capturados em um país de Petrópolis, no dia 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne de porco, lingüiça , lingüiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, tripas, entre outras carnes ". Esses são ingredientes de uma feijoada.
A base da feijoada brasileira é o feijão preto, mas os ingredientes diferem um pouco da região da região. Os dias da semana em que são apreciados pela população também usam a região para região: uma feijoada carioca é servida em feiras de sexo, uma feijoada paulista é servida em quartas-feiras e sábados etc.
A comida da feijoada era rica na era do Império
Existem muitas informações erradas e questionáveis ​​na internet. Embora ainda em relação à história da feijoada brasileira, instituição nacional, historiadores e pesquisadores acadêmicos estão esclarecendo a população.
Ainda hoje existem muitas pessoas que acreditam (para ouvir) que a feijoada foi criada nos alojamentos dos escravos para os escravos que se juntaram à carne, restos que os fazendeiros e agricultores não desejavam, como orelha, perna, bacon e outras partes menos nobres da terra. o porco. No entanto, historiadores e pesquisadores estão começando a provar que a "história" não era o caso.
Muito antes da descoberta do Brasil, há cerca de 300 anos, os portugueses já conheciam o feijão, a matéria-prima da feijoada. O feijão preto é da América do Sul, mas o feijão já era conhecido na Europa antiga e era usado na culinária (por exemplo, cassoulet, de origem francesa).
Artigo Feijoada: uma breve história de uma instituição comestível, publicada na Revista do Ministério das Relações Exteriores, Prof. Rodrigo Elias (Mestre em História Moderna e Contemporânea pela Universidade Federal Fluminense e doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro). Janeiro) fundamenta que a versão da criação da feijoada pelos escravos é apenas uma "bela história".
A história (com "H") traz evidências de que a feijoada não era comida de escravos e era apreciada pela elite social da época. Utilizando registros históricos, o pesquisador traz um anúncio para 7 de agosto de 1833 no Diario de Pernambuco, onde recentemente abriu o Théâtre Hotel em Recife, informa que às quintas-feiras seria servido à feijoada brasileira.
Também o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, publicou em 5 de janeiro de 1849 um anúncio na taverna do Fame Café com Leite chama os clientes para uma bela feijoada brasileira.
Segundo o professor Rodrigo Elias, outro registro histórico, "a Casa Imperial - e não escravos ou homens pobres - comprada em um açougue em Petrópolis, em 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne de porco, lingüiça, lingüiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, intestinos e outras carnes. "Estes são ingredientes de uma feijoada.
A base da feijoada brasileira é o feijão preto, mas os ingredientes diferem um pouco de região para região. Os dias da semana apreciados pela população também variam


CURIOSIDADES!
ESCRAVOS TIGRES:

No ano de 1862, não havia nenhum tipo de tratamento para esgoto, os dejetos (fezes e urina) eram guardados nas residências, em barris. A remoção dos barris de queijo é feita, normalmente à noite, quando os escravos, carregando os barris de cabeça, cruzando a cidade até terrenos baldios ou o mar, onde uma imundície era despejada.
Um comerciante inglês que viveu no Rio entre 1808 e 1818, que em muitos casos, esses barris eram esvaziados diariamente, em outros, apenas uma vez por semana, dependendo do número de escravos disponíveis (e, em média, dos mesmos usuários) barril). Se ocorrer desabar uma chuvarada, uma carga era despejada em plena rua, deixando-se, enxurrada, uma tarefa de captura-la ao mar.
O conjunto escravo-barril era apelidado de tigre, em razão do aspecto dos carregadores. Transbordamentos iam deixando rastreados no corpo do homem que, assim, fica com listras sinuosas.
Conta Manoel de Macedo (autor de A Moreninha) que viajou francês, demorou-se por alguns dias no Rio, Ouviu-se, patrocínios, queixas dos homens-tigre que, exibindo, corriam pelas ruas à noite. Algum tempo depois, veio publicar um livro de viagens em que relata: "Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, ferros terríveis, tigres, vagam, durante a noite, pelas ruas ..."
Segundo Brasil Gerson, em sua História das Ruas do Rio de Janeiro, ou local onde residia, o Sr. Russel deu nome à região onde, mais tarde, foi construído o Hotel Glória.
Até o ano de 1862, os resíduos (fezes e urina) eram mantidos em residências, em barris. A remoção de barris cheios é feita, geralmente à noite, quando os escravos, carregando os barris na cabeça, atravessavam a cidade para desperdiçar terra ou mar, onde a sujeira era derramada.
Um comerciante inglês que viveu no Rio entre 1808 e 1818 relata que, em muitos casos, esses barris eram esvaziados diariamente, em outros apenas uma vez por semana, dependendo do número de escravos disponíveis (e, necessariamente, do número de usuários do mesmo barril) ) Se houvesse uma chuva em colapso, a carga era despejada na rua, deixando para o dilúvio a tarefa de levá-la ao mar.
O conjunto de cano escravo foi apelidado de Tiger, porque as botas parecem. Os transbordamentos deixavam vestígios no corpo humano, assim eram com listras sinuosas.
Conta Manoel de Macedo (o autor de The Moreninha) que um viajante francês, que ficou por alguns dias no Rio, ouviu falar de patrícios, queixas de tigres desconfortáveis ​​que costumavam correr pelas ruas à noite. Algum tempo depois, publicou um livro de viagens no qual relatava: "Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, bestas, tigres, perambulam à noite, pelas ruas ..."
Segundo o Brasil Gerson, em sua História da Rua do Rio de Janeiro, onde residia, o Sr. Russell deu seu nome à região onde mais tarde foi construído o Hotel Gloria.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Biografia



Jean de Léry

Léry era um jovem sapateiro e seminarista quando, em 1556, tomou a decisão de acompanhar um grupo de ministros e artesãos protestantes em uma viagem à França Antártica, colônia francesa estabelecida na baía de Guanabara, atual cidade do Rio de Janeiro.
França Antártica havia sido estabelecida por Nicolas Durand de Villegagnon, com ajuda financeira e apoio de Gaspar II de Coligny, almirante da marinha francesa convertido ao calvinismo. Villegagnon, embora inicialmente aceitasse os protestantes, passados oito meses da chegada destes, expulsou-os acusando-os de heresia. Léry e os demais passaram mais dois meses na região da Baía de Guanabara, acolhidos pelos índios tupinambás. Alguns dos missionários retornaram para a colônia e foram mortos por Villegagnon. Léry e parte dos missionários retornaram à França em um navio bastante avariado. A viagem foi arriscada, demorou mais do que o usual, e quase levou os passageiros e tripulantes a morrerem de fome. Ao final do percurso, Léry e os demais estavam comendo couro, papagaios, ratos e até mesmo mastigando o pau-brasil que traziam consigo. Já se preparavam para tirar sortes para decidir qual deles morreria para servir de alimento aos outros quando chegaram à Europa. Sem saberem, Léry e seus amigos traziam na bagagem uma carta escrita por Villegagnon ordenando a prisão e execução dos missionários. Não se cumpriu a ordem: autoridades protestantes acolheram os missionários na França, ignorando-a. Léry recebeu a notícia das mortes de três de seus amigos no Brasil e as narrou no capítulo "Perseguição dos Fiéis nas Terras da América" do livro "História dos Mártires", publicado por Jean Crespin, advogado protestante refugiado em Genebra.
De volta a Genebra, Léry tornou-se pastor e casou-se. Em 24 de agosto de 1572, na chamada "Noite de São Bartolomeu", os católicos assassinaram inúmeros protestantes na França, dando início a uma guerra civil que dividiu o país. A experiência de carestia no Brasil, e especialmente na viagem de volta à França, foi útil a Léry nesse conflito. Com outros protestantes, ele resistiu a um cerco de tropas católicas contra a cidade de Sancerre. Léry ensinou aos demais a dormir em redes e sobreviver comendo quase nada. Os católicos terminaram por desistir do cerco sem prejudicar tanto os protestantes. A história desse cerco está narrada no primeiro livro de Léry, "História Memorável da Cidade de Sancerre". Nesse livro Léry acusa os franceses de serem mais bárbaros do que os índios canibais que conheceu no Brasil.
A França Antártica foi conquistada pelos portugueses em 1567. Em seu lugar criaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. André Thévet, um frade franciscano francês, acusou os protestantes pelo fracasso da colônia em seu livro "Cosmografia Universal". Em resposta a essa acusação e atendendo a pedidos de amigos, Léry permitiu que seu diário de viagem fosse publicado com o título "Histoire d'un voyage faict en la terre du Brésil". Isso, porém, só pôde ser feito em 1578, após o manuscrito original ser perdido e outros contratempos referentes às Guerras Religiosas ocorrerem. O livro de Thévet mistura realidade e fantasia. Fala de índios que carregavam canhões nos ombros, com os quais atiravam contra os portugueses. Contém inúmeras incongruências. Léry parte desses elementos para contar o que segundo ele seria o verdadeiro relato do que ocorreu no Forte Coligny. Após a publicação de sua obra, Léry permaneceu trabalhando como pastor até o fim de sua vida.
Conta-se, no verbete sobre o Forte Coligny construído pelos franceses no Rio: "Esta fortificação foi o núcleo do estabelecimento colonial francês conhecido como França Antártica (1555-1560), sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1571). Principiado ainda em 1555, após uma frustrada tentativa de estabelecimento de uma bateria artilhada na Isle Rattier, em Março de 1557 uma segunda expedição, sob o comando do Capitão Bois-le-Compte, sobrinho de Villegagnon, chegou à Guanabara com reforços: três navios novos e bem artilhados, transportando 290 colonos. O calvinista Jean de Léry, integrante desse reforço, resumiu a chegada dos primeiros franceses ("Histoire d'un voyage fait en la terre du Brésil", 1578):
"Assim, antes de partir de França, Villegagnon prometeu a alguns honrados personagens que o acompanharam, fundar um puro serviço de Deus no lugar em que se estabelecesse. E, depois de aliciar os marinheiros e artesãos necessários, partiu em Maio de 1555, chegando ao Brasil em novembro, após muitas tormentas e toda a espécie de dificuldades. Aí aportando, desembarcou e tratou imediatamente de alojar-se em um rochedo na embocadura de um braço de mar ou rio de água salgada a que os indígenas chamavam Guanabara e que (como descreverei oportunamente) fica a 23° abaixo do Equador, quase à altura do Trópico de Capricórnio. Mas o mar daí o expulsou. Constrangido a retirar-se avançou quase uma légua em busca de terra e acabou por acomodar-se numa ilha antes deserta, onde, depois de desembarcar sua artilharia e demais bagagens, iniciou a construção de um forte, a fim de garantir-se tanto contra os selvagens como contra os portugueses que viajavam para o Brasil e aí já possuem inúmeras fortalezas." (LÉRY, 1972:22)
Especificamente sobre a ilha e a sua fortificação, prossegue:
" Uma légua mais adiante, encontra-se a ilha onde nos instalamos e que, como já observei, era desabitada antes de Villegagnon chegar ao país; com meia milha de circunferência e seis vezes mais comprida do que larga, e rodeada de pedras à flor d'água, o que impede se aproximem os navios mais perto do que a distância de um tiro de canhão, e a torna naturalmente fortificada. Com efeito ninguém pode ali atracar, nem mesmo em pequenos barcos, a não ser pelo lado do porto, situado em posição contrária ao mar alto. Bem guarnecida, não fora possível forçá-la nem surpreendê-la, como depois de nosso regresso o fizeram os portugueses por culpa dos que lá ficaram. Ademais, nas extremidades dessa ilha existem dois morros nos quais Villegagnon mandou construir duas casinhas, edificando a sua, em que residiu, no centro da ilha em uma pedra de cinqüenta a sessenta pés de altura. De ambos os lados desse rochedo, aplainamos e preparamos pequenos espaços onde se construíram não só a sala, onde nos reuníamos para a prédica e a refeição, mas ainda vários outros abrigos em que se acomodavam cerca de oitenta pessoas, inclusive a comitiva de Villegagnon. Entretanto, a não ser a casa situada no rochedo, construída com madeiramento, e alguns baluartes para artilharia, revestidos de alvenaria, o resto não passava de casebres de pau tosco e palha construídos à moda dos selvagens, que de fato os fizeram. Eis, em poucas palavras, em que consistia o forte que Villegagnon denominou Coligny, pensando ser agradável ao senhor Gaspar II de Coligny, almirante de França, sem o apoio do qual, como já disse no início, jamais tivera meios de fazer a viagem nem de construir nenhum forte no Brasil." (op. cit., p. 68-69)
O forte foi penosamente erguido com a mão de obra indígena (cerca 40 escravos adquiridos aos Tupinambás) e dos colonos:
"(…) Como sobremesa [ao jantar da recepção] própria para refazer-nos dos trabalhos do mar mandaram-nos carregar pedras e terra para as obras do forte de Coligny, que se achava em construção. (…) Assim, já de chegada e nos dias seguintes, sem necessidade nenhuma e sem nenhuma atenção ao estado de debilidade em que nos encontrávamos por causa da viagem, (…) obrigou-nos Villegagnon a carregar terra e pedras para o seu fortim e isso desde a madrugada até à noite, apesar de nossa fraqueza, o que por certo constituía um tratamento mais rude que fora de esperar de um pai. Todavia (…) não houve entre nós quem não trabalhasse com alegria, acima de suas forças e por espaço de quase um mês naqueles serviços a que não estávamos acostumados." (op. cit., p. 52-53).

QUEM FOI 
Dona Maria do Camboatá?
Por volta do século XVIII e início do século XIX, uma mulher fora do seu tempo, destemida, ousava escandalizar a "sociedade" local ao conviver de perto e de dentro com os povos negros e seus rituais. Era afeita a dançar o Lundu com os escravos. Seu nome: Maria Quitéria. Nascida em 27 de julho de 1792, em cachoeira, na Bahia. Mas como tudo que envolve história, a vida desta mulher está cheia de controversas. Inclusive quanto ao local exato do seu nascimento.
“Maria Quitéria não frequentou a escola. Dominava a montaria, caçava e manejava armas de fogo. Deflagradas as lutas de apoio à independência em 1822, o Conselho Interino do Governo da Bahia, defendia o movimento e procurava voluntários para suas tropas. Maria Quitéria, interessada em se alistar, pediu permissão ao seu pai, mas seu pedido foi negado. Com o apoio de sua irmã Tereza Maria e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros, no Batalhão dos Voluntários do Príncipe, chamado de Batalhão dos Periquitos, por causa dos punhos e da gola verde em seu uniforme.
Depois de duas semanas foi descoberta pelo pai, mas o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, pois era reconhecida pela disciplina militar e pela facilidade de manejar armas.
Maria Quitéria, seguiu com o Batalhão para vários combates. Participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e Itapuã. No dia 2 de julho de 1823 quando o exército entrou na cidade de Salvador, Quitéria foi saudada e homenageada pela população. Tornou-se exemplo de bravura nos campos de batalha e foi promovida a cadete em 1823. Foi condecorada no Rio de Janeiro com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, em uma audiência especial onde recebeu a medalha das mãos do próprio imperador D. Pedro I.”
Na região, onde Maria Quitéria cresceu e se formou como pessoa, batalhadora, fora do seu tempo, fugaz, bravia e determinada, ocorria em abundância um tipo de peixe, muito resistente e popular à época, citado, por exemplo, pelo viajante Jean de Léry em seus relatos (Viagem à Terra do Brasil, 1576): o Tamuatá,conhecido também como Camboatá.
Este peixe, parecido com um cascudo, tem uma enorme resistência física – apesar do seu tamanho diminuto e de sua morfologia não o destacar dos demais “bagres” a priori. Em seus relatos sobre os nossos peixes, diferentemente de sua “satisfação” dada ao público europeu de então, que estava ansioso por histórias fantasiosas, Jean de Lery informa que este peixe era muito conhecido pelos Tupinambás, sendo que sua carne era muito apreciada. Mas que este tinha o seu corpo “armado de escamas tão resistentes que não creio lhes faça mossa uma cutilada; nisso se assemelha a um tatu”.
O Camboatá é um peixe que ainda se encontra por aqui, em nossos rios. Ele tem muita resistência e pode inclusive “andar pelo mato” à procura de uma próxima poça d’água para a sua sobrevivência, ou mesmo se enterrar na lama e aguardar uma nova chuva que o fará eclodir da lama – assim como na mitologia grega a ave Fênix renasce das cinzas.
Abundante nos rios, lagoas e águas do recôncavo baiano, não é de se surpreender que os povos que ali habitavam tinham com ele, com o Camboatá, uma relação bem próxima, reconhecendo no mesmo tanto uma fonte de alimento saudável e delicioso, quanto um símbolo de resistência e bravura – mesmo sendo pequeno e de aparência frágil.
Neste ponto, rompo a barreia do materialismo histórico e adentro o mundo encantado das especulações. É certo que o homem da pré-modernidade, o ser que habitava as terras do Brasil de então, era regido por outra ordem ao se comunicar, ao produzir temas que seriam cantados e repassados aos outros nos folguedos e encontros fortuitos. E a ordenação destes dava-se a partir de construções coletivas, de modo que os contos e casos fossem reconhecidos diante da materialidade do entorno e da convivência entre os seus.
Não seria absurdo então supor que a mesma população que ovacionou Maria Quitéria no longínquo 2 de julho de 1823, por sua bravura e resistência, diante da impossibilidade de lhe conceder medalhas e títulos, a saudasse popularmente com o título de Maria Forte e Resistente, Maria que chega e manda, que vai e faz, que não fica parada esperando a morte diante das dificuldades, que não se deixa render por ser aparentemente frágil, e que sendo assim, estes povos, buscariam uma analogia com algo no seu entorno que fizesse jus à conduta e ao símbolo que Maria representaria.
E daí para as danças dos folguedos em dias de festas, para ganhar as ruas e largos, para ser levada às rodas dos Capoeiras nas suas vadiações, bastou a criatividade em se criar os versos e cantá-los. O resto é fruto da corruptela que nos chega aos dias de hoje.
Dona Maria do Camboatá, ela chegou na freguesia e mandou.
Dona Maria do Camboatá, ela chega na venda e manda botá. Dona Maria do Camboatá, ela chega na roda e começa a brincar. Texto: Mestre Chuvisco & Professora Railda Barreto.