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sábado, 2 de maio de 2020

Na capoeira regional existe método de ensino, tradições, princípios e mandamentos

 MANDAMENTOS DA CAPOEIRA REGIONAL


Respeitar o Mestre...
e guardar disciplina durante os treinos.

Manter vigilância permanente em todos...
e em todo o ambiente.

Não perder de vista os movimentos do parceiro.

Manter a calma em todas as situações.

Cuidar da segurança dos companheiros de treino.
Zelar pela higiene do ambiente de treino.

Não usar os conhecimentos adquiridos...
em brincadeiras ou agressões.

Obedecer ao comando do berimbau...
durante a prática da capoeira.

Obedecer às instruções do Mestre durante os treinos.

Praticar diariamente todos os movimentos.

Não se afastar do parceiro.

Não esperar tempo ruim!

METODOLOGIA DA REGIONAL

Bimba introduziu uma nova forma de ensino da capoeira, criando um método que permitia que a mesma pudesse ser ensinada a vários alunos ao mesmo tempo, seguindo um plano pedagógico:
Aulas;
Turmas;
Horários determinados;
Lições;
Treinamentos específicos;
Avaliações;
Formatura;
Especializações.
Um método que conciliava novos e antigos modos de transmissão da capoeira e que também facilitava aos alunos provenientes de outros meios, que não os tradicionais da capoeira, a se habilitarem para o seu jogo, dominando os atributos que os antigos recomendavam para um bom capoeirista - esperteza, agilidade, elasticidade, jogar em cima e em baixo, ser corajoso entre os outros.

PRINCIPAIS ELEMENTOS DO MÉTODO DE ENSINO CRIADO POR BIMBA :

O exame de admissão:
Avaliação inicial do aluno-calouro. É uma chance para o aluno mostrar suas propensões, sua junta, facilidades e dificuldades corporais para a prática da capoeira.

O aprendizado da ginga:
O mestre pegava nas mãos do aluno e a partir daí se iniciava o aprendizado, a transmissão da capoeira, ensinando a ginga, movimento fundamental da capoeira, sem o qual ela não existe. De mão em mão, foi assim que a Regional preservou esta forma de passagem da capoeira como prática artesanal.

A Sequência do Mestre Bimba:
Oito séries de golpes e contra golpes combinados, feitos em parceria, que devem ser praticados todos os dias de aula. "A sequência é o ABC da Capoeira Regional". Ela facilita e agiliza o aprendizado. Os golpes e movimentos nela treinados, são os mais usuais na roda de capoeira.

Cintura desprezada:
É uma sequência de balões, executada em parceria. Os balões, os golpes ligados da Regional, criados por Bimba, cujo pragmatismo era o de ensinar o capoeirista a saber sair e livrar-se dos agarrões, tinham tradição na capoeira de antigamente, que possuía os balões, conforme os relatos dos velhos Mestres e dos cronistas do passado da capoeira.

Entrar no aço:
Termo em que o Bimba assinalava como à entrada do calouro na roda. O Aço era referência direta ao arame sonoro do berimbau. Era O Batismo, quando o calouro jogava com um veterano, que a partir de então seria o seu padrinho.
A Roda:
A Regional, assim como os velhos mestres da Bahia, valorizaram a roda como um dos mais importantes meios de aprendizado.

Esquenta banho:
Originou-se em virtude da Academia do Bimba possuir apenas um banheiro tendo assim os alunos de tomar banho um de cada vez. Como ficar parado esfriava, os alunos ficavam esquentando para o banho.

Formatura:
Na academia do Bimba, era a complementação do curso primário, segundo ele.

Os cursos de Especialização:
Este curso encerrava-se com as emboscadas no mato onde eram traçados várias situações perigosas para o capoeirista livrar-se, lembrando as perseguições que os negros escravos enfrentavam se livrando dos capitães do mato e perseguidores a mando do senhor.

A Charanga:
A Charanga é a orquestra, a bateria de instrumentos. A bateria da Regional tem a seguinte formação clássica: 1 Berimbau e 2 Pandeiros. O Berimbau é o instrumento rei. É ele quem dá o toque (referência), para o tipo de jogo e o seu andamento.

Os Cantos:
São as Quadras e os Corridos.

A Barbada:
Criada por BIMBA, a Mulher Barbada, Barbada ou Barbadinha é uma bebida alcoólica à base de ervas medicinais que faz parte da tradição da Capoeira Regional, servida sempre em ocasiões festivas: festa de batizado, Formaturas e outras.

PRINCÍPIOS DA CAPOEIRA REGIONAL

1-Gingar sempre
2-Esquivar sempre
3-Jogar sempre próximo ao parceiro
4-Todos os movimentos devem ter objetivo
5-Conservar no mínimo uma base ao solo
6-Obedecer ao ritmo do berimbau
7-Respeitar as guardas vencidas
8-Zelar pela integridade física e moral do camarada

TRADIÇÕES

PEGAR NA MÃO PARA GINGAR  
A CADEIRA
A CHARANGA (UM BERIMBAU E DOIS PANDEIROS)
AS QUADRAS
JOGOS: SÃO BENTO GRANDE, BANGUELA E IUNA
O BATIZADO (ENTRAR NO AÇO)
A FESTA DE BATIZADO
A FORMATURA
O ESQUENTA BANHO
A BARBADA


SEQÜÊNCIA DE ENSINO

 A Sequência de Ensino criada pelo Bimba são oito séries de golpes e contra golpes combinados, feitos em parceria, que devem ser praticados todos os dias de aula. "A sequência é o ABC da Capoeira Regional". Ela facilita e agiliza o aprendizado. Os golpes e movimentos nela treinados, são os mais usuais na roda de capoeira.

ALUNO A

ALUNO B



2 MEIA LUA DE FRENTE
1 ARMADA
1 AÚ
2 GUARDA BAIXA
1 NEGATIVA



2 QUEIXADA
1 GUARDA BAIXA
1 BÊNÇÃO
1 AÚ COM ROLÊ
2 GUARDA BAIXA
1 ARMADA
1 NEGATIVA
1 CABEÇADA



2 MARTELO
1 GUARDA BAIXA
1 BÊNÇÃO
1 AÚ COM ROLÊ
2 PALMAS
1 ARMADA
1 NEGATIVA
1 CABEÇADA



2 GODEMES
1 ARRASTÃO
1 AÚ COM ROLÊ
2 PALMAS
1 GALOPANTE
1 NEGATIVA
1 CABEÇADA



1 ARPÃO DE CABEÇA
1 JOELHADA
1 AÚ COM ROLÊ
1 CABEÇADA
1 NEGATIVA
1 CABEÇADA



1 M. COMPASSO (DIR.)
1 GUARDA BAIXA (DIR.)
1 JOELHADA (LATER./DIR.)
1 AÚ COM ROLÊ
1 GUARDA BAIXA (DIR.)
1 M. COMPASSO (DIR.)
1 NEGATIVA (DIR.)
1 CABEÇADA



1 ARMADA (DIR.)
1 GUARDA BAIXA (DIR.)
1 BÊNÇÃO (DIR.)
1 AÚ COM ROLÊ
1 GUARDA BAIXA (DIR.)
1 ARMADA (DIR.)
1 NEGATIVA (DIR.)
1 CABEÇADA



1 BÊNÇÃO
1 AÚ COM ROLÊ
1 NEGATIVA
1 CABEÇADA


OBS: NA 6ª E 7ª PARTES DA SEQUÊNCIA, O ALUNO "B" REPETIRÁ TODOS OS GOLPES COM A ESQUERDA
Mestre Chuvisco & Professora Railda  

sexta-feira, 1 de maio de 2020

PALMAS E SUA ORIGEM

ORIGEM DA PALMAS



PALMAS

Qual a origem do nome Palma: LATIM 

Qual o significado do nome Palma: PALMEIRA.  

O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é provavelmente um costume muito mais antigo.


PALMAS DE TERREIRO


A introdução das palmas na capoeira deve ser encarada de acordo com o contextorítmico e folclórico das manifestações afros. O conhecido ritmo da palma de terreiro pode ter sido herdado pela capoeira nos terreiros de candomblé, ou até mesmo nas rodas de vadiação nas ruas, onde se praticava também o samba de roda, ou ainda, nas manifestações praticadas nas Senzalas e Quilombos. As palmas não são apenas usadas na capoeira, mas também em outras manifestações culturais, como o já citado samba de roda, candomblé e o coco, ganhando neste último a conotação de palma praieira.

Assim, a palma de terreiro ou praieira, é o ritmo utilizado na grande maioria das rodas de capoeira, com excepção da Regional, pois Mestre Bimba introduziu a “palma 1, 2, 3…” como a própria música diz, “Olha a palma de Bimba, é 1, 2, 3…”, como forma de diferenciar a sua Luta Regional Baiana.


PALMAS  NA  ANGOLA

                                                  


Na Capoeira Angola quase não se vê a utilização das palmas, pois a grande maioria dos mestres considera que é mais importante o capoeirista concentrar-se e ouvir melhor as letras das músicas, bem como a variação melódica dos instrumentos, criando um ambiente de concentração total.


PALMAS  NA  REGIONAL


Na Capoeira Regional, a palma é de marcação forte, define um jogo viril e objectivo, fazendo com que o capoeirista tenha uma participação ativa tanto quando está a jogar, como quando está a observar o jogo de outros capoeiras. A conhecida palma de Bimba, que marca “1, 2, 3” é a utilizada na Regional.


PALMAS  NA  CAPOEIRA   MODERNA


Hoje em dia, muitos grupos desenvolvem a utilização das palmas de maneiras diferentes. Tanto utilizando a formação do instrumental da Capoeira Angola e batendo a palma praieira, como também se vê a palma de Bimba.

Quando se desenvolve um ritmo mais próximo de Angola, introduz-se uma palma de marcação “1, 2” para criar um ambiente mais participativo entre os componentes da roda. Deste modo, constata-se que não existe um consenso entre os diversos grupos de Capoeira.


Considerações finais

Na história da própria capoeira, muitos dos fundamentos e tradições, vêm sendo discutidos e estudados de maneira a aumentar o conhecimento dos capoeiristas, e tentando resgatar da forma mais fiel possível a prática da capoeira.
Neste caso, as palmas são ainda um objecto de estudo na musicalidade da capoeira, sendo de crucial importância a sua utilização nas rodas.

PALMAS  NO  SACRO


FUNDAMENTOS DE CANTAR, BATER PALMAS


Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de frequências.
O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem frequências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As frequências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.
Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como frequências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são frequências, podemos dizer que são essas frequências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.
Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de frequências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.


fontes  de pesquisa: Grupo do WhatsApp Amigos do Mestre Chuvisco e página na web
      Digitalizada por: Professora Railda Santana Barreto