Redes socials

sábado, 10 de agosto de 2019

História de Baquaqua


Capa das memórias de Baquaqua, publicadas em 1854

Mahommah Gardo Baquaqua foi um homem africano, sequestrado escravizado por traficantes. Nativo de Zooggoo na África Central (atual municipalidade de Djougou, no Benim), um reino tributário do reino de Bergoo, trabalhou no Brasil como cativo, contudo conseguiu fugir para Nova York em 1847 garantindo sua liberdade. Sua biografia foi publicada pelo abolicionista estadunidense Samuel Moore em 1854, seu relato foi fundamental pois revelou detalhes das operações do tráfico negreiro da época

Biografia:

Baquaqua nasceu em Djougou (atual Benim) entre 1820 e 1830, em uma família muçulmana de proeminência local. Ainda adolescente, participou das guerras de sucessão em Daboya como carregador, junto com o irmão, onde foi capturado e em seguida resgatado
De volta para Zooggoo tornou-se serviçal de um funcionário local, talvez o chefe de Soubroukou, que ele chama de rei. Ocupando um cargo de confiança junto ao Rei, ele se tornou alvo de inveja e foi aprisionado numa emboscada; sequestrado para o Daomé, teria sido embarcado num navio negreiro em 1845, e levado para Pernambuco, no Brasil.
Baquaqua esteve em Pernambuco por cerca de dois anos. Ele foi escravizado por um senhor que era padeiro (em Olinda), ele foi brutalmente castigado. Trabalhou na construção de casas, carregando pedras, aprendeu o português e chegou a exercer funções como “escravo de tabuleiro”, vendedor externo, função normalmente reservada a escravos de confiança e inteligentes. A dureza do tratamento que recebia fez com que voltasse ao vício do álcool e até que tentasse o suicídio.
Levado para o Rio de Janeiro, foi incorporado à tripulação do navio Lembrança, que fazia transporte de mercadorias com as províncias do sul do Brasil. Uma remessa de café para os Estados Unidos, em 1847, foi seu passaporte para a liberdade. O navio, que chegou a Nova Iorque em junho, foi abordado por abolicionistas locais, que o incentivaram a fugir do navio. Após a fuga, no entanto, foi preso na cadeia local, e apenas a colaboração dos abolicionistas (que facilitaram a fuga da prisão) impediu que fosse restituído ao navio. Foi então enviado ao Haiti, onde passou a viver com o reverendo Judd, um missionário batista.
Convertido e batizado, em 1848, Baquaqua retornou aos Estados Unidos devido à instabilidade política que o Haiti vivia então; estudou no New York Central College, em McGrawville, por quase três anos. Em 1854 foi para o Canadá e sua bibliografia foi publicada no mesmo ano por Samuel Downing Moore em Detroit.
Não se sabe o que acontece com Baquaqua depois de 1857. Ele estava então na Inglaterra e havia recorrido à Sociedade da Missão Livre Batista Americana para ser enviado como missionário à África.
Em 2018, a biografia de Mahommah Baquaqua foi apresentada como enredo no carnaval virtual, pelo G.R.E.S.V. Recanto do Beija-flor 
Kleber Barreto: Mestre Chuvisco & professora Railda Santana
wikipedia & acervo do Mestre Chuvisco

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Mestre Nenel Verdadeiro Herdeiro Da Luta Regional Baiana




MESTRE NENEL FILHOS DE BIMBA CAPOEIRA REGIONAL DA BAHIA-BA

A Filhos de Bimba Escola de Capoeira (FBEC), está localizado no centro histórico de Salvador da Bahia, o Pelourinho. Foi fundada em 10 de junho de 1986 por Manoel Nascimento Machado, Mestre conhecido como Nenel. Mestre Nenel é continuar o trabalho de seu pai - o famoso Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional - através da preservação e continuação da metodologia, princípios e tradições estabelecidas por seu pai. O FBEC também tem vários centros e escolas localizadas em outros bairros de Salvador, bem como em outras cidades no Brasil e no mundo.

Fundação Mestre Bimba Rua Gregório de Matos, 51 Centro Histórico - Salvador - Brasil Tel: (71) 3322-5082 E-mail: menenel@gmail.com

Mestre Bimba



Manuel dos Reis Machado (Mestre Bimba), nasceu em 23 de novembro de 1899, no bairro de Brotas, Engenho Velho, cidade de Salvador da Bahia. O filho de Luís Cândido Machado, um jogador famoso batuque, e Martinha do Bonfim, ele se tornaria um dos homens mais bem conhecido e reverenciado na Bahia.

Numa altura em que a capoeira ainda era marginalizada, Bimba tendo exercido várias profissões, mas ele também se destacou na capoeira. Devido à intensa perseguição que os praticantes de capoeira experiente, tornou-se óbvio para Bimba que a forma de arte estava morrendo. Como foi se tornando cada vez mais folclórico, também foi perdendo seu aspecto de luta original. Um homem à frente de seu tempo, imaginou uma capoeira  renovada e ele partiu para fazer essas mudanças, transformando o velho em capoeira que ele chamou de Luta Regional Baiana.  Desenho de suas habilidades, nesta capoeira velha e Batuque (que ele aprendeu com seu pai), Bimba criou o seu novo estilo de capoeira, acreditando fortemente que poderia se tornar tão respeitável como as outras artes marciais que tinham vindo para o Brasil da Ásia. Em 1932, Mestre Bimba fundou a primeira academia de capoeira em Engenho Velo das Brotas e também continuou a ensinar nas casas das pessoas. Em 9 de junho de 1937, Bimba oficialmente registrou sua escola de capoeira com a Secretária de Serviços de Saúde, Educação e público - tornou-se sua, a primeira academia de capoeira legítimo no Brasil. Bimba ensinou capoeira, eventualmente, no serviço militar, e, em seguida, em 1942, ele abriu sua academia.

Foi em 23 de julho de 1953, quando o presidente Getúlio Vargas assistiu a uma apresentação de capoeira no Palácio da Aclamação e declarou que - "a única verdadeira capoeira" - um esporte nacional, que a capoeira Bimba entrou numa nova fase. A Capoeira de Mestre Bimba ganhou rapidamente notoriedade - ele teve sua parcela de críticos, muitos deles dos mais antigos praticantes de capoeira que criticaram iniciativas criativas de Bimba. Ele foi denunciado como tendo "embranquecida" a arte da capoeira e, assim, traiu seu passado. Ironicamente, Mestre Bimba era bem versado na cultura afro-baiana, tendo batia nas casas afro-brasileiros do candomblé por muitos anos e ter se casado com uma Mãe de Santos, o chefe de um Terreiro. Ele reviveu muitas das danças folclóricas que foram sendo deixados pelo caminho, como maculelê, puxada de Rede e samba de roda, tendo orgulho na herança afro-baiana e apresentá-las para um público de classe média e alta pela primeira vez. Hoje, quase todo academia pratica uma dessas formas de arte e apresentações são comuns, graças aos esforços de Bimba.

Um jogador talentoso berimbau - alguns dizem que um dos melhores da Bahia - Bimba ressaltou a importância da música na capoeira, tanto na criação da roda e nos próprios jogos. O afastamento da música moderna capoeira (muitas vezes referida como Regional, mas mais precisamente descrito como um estilo contemporâneo) é uma conseqüência das mudanças trazidas por alguns alunos de Bimba e seus descendentes, e não reflete sua própria filosofia.

Graças ao Mestre Bimba, a capoeira decolou na Bahia e, eventualmente, se expandiu para o resto do Brasil, onde tinha sido apagado por perseguição. A velha forma de capoeira também se beneficiou do trabalho de Bimba, como ele forçou seus adeptos antigos para se unirem e tentar definir a sua arte a partir. O termo "Capoeira Angola" começou a ser usado, substituindo os termos mais comuns "Vadiação", "Brincadeira de Angola", ou simplesmente "Capoeira".

Em 1973, Mestre Bimba se mudou com sua família inteira para o estado de Goiás, uma decisão muito controversa, e que ele tomou na amargura, sentindo que as autoridades do estado da Bahia não reconhecer o valor de seu trabalho. Infelizmente, suas expectativas em Goiás não foram cumpridos e que ele e sua família lutou com a pobreza. Mestre Bimba morreu de um acidente vascular cerebral em Fevereiro 5, de 1974, sem dúvida, provocada por sua grande tristeza.

Mestre Nenel

Manoel Nascimento Machado (Mestre Nenel), nasceu em 26 de setembro de 1960 no bairro do Nordeste de Amaralina, da cidade de Salvador da Bahia. O filho de Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba) - criador da Capoeira Regional - e da Berenice Conceição Nascimento, ele foi criado por Alice Maria da Cruz (conhecido como Mãe Alice).

Como uma criança jovem, Nenel passou muitos de seus dias no seu pai capoeira da escola, o Centro de Cultural Física Regional, localizada no bairro Laranjeiras Antigas. Foi aqui que ele deu seus primeiros passos na capoeira, graduando-se em 1967 com muitos de seus irmãos. Mestre Bimba começou a usar a capoeira de uma forma que difere dramaticamente de seus antecessores: ele via como uma prática educativa que poderia ajudar as crianças se tornam adultos respeitados com um lugar na sociedade. Esta ideia, foi revolucionária no momento em que a capoeira foi igualada com uma população pobre e marginalizada dos homens predominantemente negros. Exemplo de Mestre Bimba foi seguido por muitos outros que entenderam o seu potencial educativo, capoeira e desfrutou de uma onda de popularidade como ele foi trazido para a sociedade em geral.

Em 1972, Mestre Bimba e sua família se mudou para a cidade de Goiânia no estado de Goiás. Este movimento era a grande tristeza de muitos baianos que tinha considerado Mestre Bimba um herói nacional. Mestre Bimba morreu em Goiânia em 5, fevereiro, 1974. Embora alguns de seus ex-alunos continuou a ensinar no Brasil e no exterior, eles começaram a seguir seus próprios caminhos de capoeira, adaptando e mudando Capoeira Mestre Bimba Regional para atender às suas próprias necessidades. Trabalho de Mestre Bimba não foi tomado em por qualquer um de um longo tempo. Nenel, como muitos de seus irmãos e irmãs, trabalhou em várias ocupações diferentes tentando fazer face às despesas. Então, em 1975, ele ouviu o chamado de capoeira. Apesar de muitas dificuldades, Nenel se mudou para Brasília, onde fundou sua primeira academia, a Associação de Capoeira Regional Mestre Bimba Filho.

Nenel voltou para a Bahia em setembro de 1977 e começou a competir em campeonatos de capoeira, bem como jogar capoeira de rua e se apresentando em shows folclóricos, assim como ele continuou a trabalhar em vários empregos. Então, em 1984, foi dada a tarefa de administrar aulas na academia do Mestre Moise Sucuiba, no bairro Vale das Pedrinhas. Durante esses dois anos, seu desejo de fundar uma nova academia totalmente comprometido com a preservação e promoção do trabalho de seu pai nasceu. Sua visão finalmente se tornou realidade quando, em 10 de junho de 1986, ele fundou a Filhos de Bimba Escola de Capoeira com base na Academia de Fitness de Genivaldo Garcia, bairro de Amaralina. Em 1989, Nenel foi convidado a participar num projeto educativo da Escola de Artes e Ofícios, onde transferiram a Filhos de Bimba escola. Muitos dos antigos alunos de Mestre Bimba começou reunindo em torno dele, respondendo a seu convite para trabalhar em conjunto para preservar a Capoeira Regional de Bimba. Mestre Nenel  começou a decolar quando ele ganhou reconhecimento no Brasil e no exterior como referência para a Capoeira Regional.

Mestre Nenel é membro fundador e atualmente preside a Fundação Mestre Bimba, que foi criado em 30 de novembro de 1994. Um jogador habilidoso, ele oferece cursos de música com o objetivo de preservar grande parte da rica herança musical da Capoeira Regional, uma herança que estava em vias de ser perdido. Através da criação de vários projetos sociais, visando, crianças e adolescentes, como o Projeto Capoerê, em que as crianças dos bairros pobres são oferecidas aulas gratuitas de capoeira, Mestre Nenel deu continuidade ao trabalho educativo iniciado por seu pai. Muitos de seus professores atuais, agora homens e mulheres jovens, já foram alunos do Projeto Capoerê. Eles continuam os ensinamentos de Mestre Bimba  e a mensagem de esperança e dignidade.